OMOLOKÔ


Omolokô é uma palavra Yorubá, que significa: Omo – filho e Okô – fazenda, zona rural onde esse culto, por causa da repressão policial que havia naquela época, os rituais eram realizados na mata ou em lugar de difícil acesso dentro das fazendas dos donos de escravos. Talvez por causa disso hoje temos as denominações de “terreiro e roça” para os lugares onde os cultos afros brasileiros são realizados. Nesse culto os Orixás possuem nomes Yorubá, até seus Oriki (tudo aquilo que se relaciona ao Orixá) e seu Orukó (nome) é trazido através do jogo de búzios do jogo de Ifá ou a partir do toque do Adjá. Seus assentamentos parecem-se com os do Candomblé Nagô. Os Exús também são feitos de argila, a semelhança de uma pessoa ou então simbolicamente de ferro. Podemos relacionar o significado da palavra Omolokô também ao Orixá Okô, a deusa da agricultura, que era adorado nas noites de lua nova pelas mulheres agricultoras de inhame. Antigamente, o Orixá Okô era muito cultuado no Rio de Janeiro. Esse Orixá era assentado junto com Oxóssi, o que viria dar maior consistência a origem do culto Omolokô que é fortemente influenciado por Oxóssi. O culto a Oxóssi é o que melhor marca o contexto religioso dos negros afro-brasileiros, bastando que para isso notamos o destaque dado ao culto de caboclo, que está intrinsecamente ligado a Oxóssi. Também segundo o Tatá Ti Inkice Tancredo da Silva Pinto, considerado o organizador do culto Omolokô no Brasil, na África, os sacerdotes de uma frondosa árvore carregada de frutos parecidos com maçã. Segundo ele o culto Omolokô chegou ao Brasil proveniente do sul de Angola, onde era praticado por uma pequena nação pertencente ao grupo Lunda-Quiôco que ficava as margens do rio Zambeze, que chamavam Zambi e que lhes fornecia alimentação no período das cheias.

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